As Aventuras de Raul na Cidade de Thor – Parte 2
- Eduardo Brum
- 31 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Já na outra esquina eu me dei conta que Paulo sumiu, isso não era um problema, Pedro ainda estava comigo. O ambiente já estava um pouco diferente, caminhávamos em algo que parecia uma estrada; avistamos logo a frente uma cidadezinha.
- Ei Raul e a música que você vai lançar no festival, teve algum progresso?
- Por enquanto só ideias.
- Não se esqueça que estamos procurando por Éon, pegue nossas túnicas, na bolsa.
O lugar começou a tomar forma, que cidade estranha, as pessoas usavam túnicas e cobriam os rostos, por ali ninguém queria ser reconhecido. Procurávamos por alguém que estaria no último beco, próximo à estação da cidade e estávamos perto. Pedro caminhava ao meu lado atencioso, procurava qualquer pista, na praça o relógio marcava seis e meia.
Fu...............
Vejo um trem se aproximando, sua fumaça se apresenta no horizonte.
- Veja, a estação é naquela direção. – Gritava uma criança para a sua mãe.
Pegamos aquela pista e seguimos na direção. Algumas passadas depois eu sentia no ar o cheiro típico dessas aventuras, um cheiro forte amadeirado, que lembrava o passado, característico a algo muito velho. Encontramos uma placa escrita “Beco”. Incrível como as coisas se apresentam, tudo estava muito fácil.
- Ali Raul, só pode ser ele!
- Ei, ei... – sussurrei – sei que você tem algo para mim.
O olhar daquele senhor era frio, porém não me passava nenhuma intenção negativa, de alguma forma ele tentou me confortar. O recado era para que eu pegasse o próximo trem, tinha que ir na direção do festival. Para entrar nesse trem não era necessário o bilhete de passagem, era uma viagem especial.
Ao chegar na estação, vimos muitas pessoas se despedindo, muitos choravam. O apito anunciava a partida, estávamos atrasados e por isso entramos correndo no trem.
- Destino: “festival”. – Pensei alto.
- Ei Raul, Paulo me falou que estaria nesse festival também.
- Ele estava procurando inspiração para seu livro.
O caminho que o trem percorria até o local passava por uma longa montanha, iriamos enfrentar uma tempestade no percurso. Descemos na estação seguinte, olhei para o céu, a sensação era muito familiar, porém, por um segundo me vi flutuando. Pedro estava com pressa, ele sabia que se chegasse mais cedo, conseguiria deixar tudo pronto para poder aproveitar a festa.
Eu só sei que depois que desci daquele trem tudo ficou escuro. De um estado de anestesia total, para cima do palco em minha sexta música? Só me dei conta do que acontecia quando estava cantando.
- Quem vai chorar, quem vai sorrir? Quem vai ficar, quem vai partir?...
Acabou que foi tudo tão rápido que quando vi, estava no camarim com o Paulo no meio de uma confusão. Já eram outras pessoas no palco. Pisquei mais uma vez e me vi saindo dali algemado.
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