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Livros da Infância

  • Silvia Maritani
  • 13 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Quando entrei em contato a primeira vez com um livro, eu ainda não sabia ver as horas. Me lembro bem desse detalhe porque o livro ensinava exatamente isso. Tinha desenhos de ponteiros e relógios, a capa era azul, mole e as folhas eram bem finas. Uma adulta, não lembro quem, filha de uma paciente da minha mãe, sentou comigo na sala e enquanto minha mãe fazia massagem terapêutica na mãe dessa moça, ela foi me mostrando as folhas do livro, me explicando as imagens e lendo o que estava escrito. Não me lembro quem era. Não me lembro da casa ou quantos anos eu tinha; só me lembro do livro e do quanto fiquei fascinada por ele. Até então eu não sabia que um livro poderia me ensinar coisas, muito menos a saber ver as horas. A partir dessa primeira lembrança me vem à cabeça os gibis do meu irmão, que eu recortava e colava na parede da sala, atrás do sofá para que ninguém visse; depois os livros ilustrados do Egito e Grécia antiga, eles eram brilhosos, a capa e as folhas pareciam de revista, porém mais grossas e brilhantes. Esse eu não recortei, provavelmente porque descobriram as colagens da Mônica. Não que eu tenha parado os recortes. Me lembro de ter recortado um mago, de uma história do Mickey. Não me recordo de quem era o livro, mas achei que não perceberiam nunca porque o livro era grande e o personagem bem pequeno. As folhas desse livro pareciam papel cartão e eu guardei aquela história recortada durante muito tempo dentro de um móvel de tranqueiras. As histórias mais queridas da minha primeira infância foram as da Bruxinha Zelda e as Sorumbáticas, ai eu estava começando a aprender a ler e passei por aquelas folhas incontáveis vezes; a capa era brilhosa, como os livros do meu irmão, e grande, as histórias eram todas ilustradas num estilo mais escuro, afinal, era uma história de bruxos. A minha revista preferida era a Explorer porque eu queria ser um Explorador e ela vinha com brinde. Minha primeira câmera analógica veio com essa revista! E, voltando ao assunto dos bruxos, foi só quando eu tinha sete anos que saiu o primeiro filme do Harry Potter. Fomos na estréia, eu, meu irmão e minha mãe, mas eu nem sabia que Harry Potter era um menino e não era bem esse filme que eu queria assistir, mas em outro dia eu conto essa história!

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O Anacrônico
14 mai 2020

Eu penso que os primeiros contatos com os livros influenciam diretamente a maneira na qual o indivíduo se relacionará futuramente com eles. Boas experiências podem gerar bons leitores, já as más podem criar aversão ou desinteresse por eles. De qualquer forma isso pode mudar com o passar do tempo, as pessoas podem se interessar por leitura tardiamente ou abandonar o hábito subtamente. Particularmente, minhas primeiras lembranças são de livros ilustrados da pré escola, mas o primeiro que me fascinou foi uma bíblia ilustrada. Ela era grande e tinha a capa dura e amarela, folhas grossas e brilhantes. Com certeza foi ali que nasceu minha paixão por história, ao folheá-la eu podia contemplar as imagens de construções e pessoas da antiguidade…

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